Fonte: Uol.
A presidente Dilma Rousseff deve anunciar, nesta quarta-feira (27), novas medidas de incentivo à economia. Desta vez, as medidas devem ser focadas em investimentos, não mais em consumo, e pode haver algum estímulo para a indústria.
A informação foi adiantada nesta terça (26) pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sem dar detalhes.
O governo está preocupado com o desempenho da economia neste ano, abalada sobretudo pela crise internacional, e já anunciou uma série de medidas de estímulos. Para o mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 2,18% neste ano, abaixo até mesmo do desempenho ruim de 2011, quando houve expansão de apenas 2,7%.
Segundo fonte do governo, Dilma deve anunciar ações para acelerar as compras do governo. Em 2011, elas atingiram R$ 51,8 bilhões, e o governo avalia que essas encomendas podem ser bem maiores em 2012 como forma de estimular a produção e o investimento no país.
As medidas devem ser anunciadas durante evento da presidente com prefeitos de várias partes do país, disse uma fonte do Palácio do Planalto.
Nesse encontro, serão assinados diversos convênios para construção de escolas, quadras, creches e para compra governamentais de ônibus escolares, mobília e material escolar. Será um evento do Ministério da Educação, mas com caráter interministerial. Estão previstas as participações dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Miriam Belchior, além do titular da Educação, Aloizio Mercadante.
Preferência para medicamentos brasileiros
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, uma das medidas deve ser a preferência por medicamentos brasileiros nas aquisições do governo, ainda que seus preços sejam superiores ao ofertado pelos concorrentes internacionais.
Isso deve fomentar a indústria farmacêutica instalada no país e ser mais um impulso para o crescimento da economia.
O mesmo estímulo pode ser adotado nas próximas semanas também para máquinas e equipamentos, itens de alta tecnologia e máquinas e material de uso hospitalar.
“Este é um ano importante no qual precisamos reaquecer a economia e acelerar o crescimento”, afirmou a fonte.
O governo estaria definindo qual será essa margem de preferência para os produtos nacionais, que pode chegar a 20%.
Segundo informou a fonte, esse procedimento foi adotado para produtos têxteis com essa margem. Com isso, o governo tem feito encomendas à indústria têxtil de uniformes escolares e para as Forças Armadas, como forma de oferecer demanda à indústria têxtil. O objetivo é adotar esse procedimento para mais setores.
Corte do IPI da linha branca
No portfólio das medidas o governo terá que decidir nesta semana se prorroga a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para linha branca, móveis e alguns artigos de decoração, como luminárias e papel de parede. O corte de imposto vence neste sábado, após já ter sido prorrogado uma vez.
Nos últimos dias o Ministério da Fazenda vem conversando com os fabricantes de eletroeletrônicos e móveis para avaliar o alcance e efeito da redução tributária. Não está descartado que o governo mantenha a redução em um contexto de estímulo ao consumo e à produção.
(Com informações da Reuters)