Fonte: Uol (com informações da Reuters)
Após recorrentes sinais de aceleração dos preços, o mercado elevou pela sexta vez seguida a projeção para a inflação neste ano, e reduziu a perspectiva para o crescimento da economia mesmo diante de dados recentes indicando uma recuperação da atividade, mostrou pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (20).
Em relação à política monetária, os analistas consultados mantiveram a visão de mais afrouxamento neste ano. A perspectiva é de que a taxa básica de juros, a Selic, atualmente na mínima recorde de 8%, termine o ano a 7,25%, visão inalterada ante a semana passada. Para 2013, a projeção foi reduzida para 8,38%, ante 8,50% anteriormente.
Ainda, os analistas mantiveram a expectativa de mais uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic na reunião dos dias 28 e 29 de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom), para 7,50%.
Segundo a pesquisa, as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano apontam para alta de 5,15%, ante 5,11% no período anterior. Para 2013, os especialistas mantiveram a projeção em 5,50%. Com isso, o mercado vê a inflação se afastando ainda mais do centro da meta oficial, de 4,5%, impulsionada pela contínua aceleração dos indicadores de inflação nas últimas semanas.
Nesta segunda-feira, por exemplo, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou para uma alta de 1,38% na segunda prévia de agosto, ante elevação de 1,11% no mesmo período de julho. O governo afirma que esse cenário sobre os preços não preocupa, pois considera que a alta é pontual e passageira.
Crescimento da economia
Os analistas consultados na pesquisa do BC ainda reduziram pela terceira vez a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O Focus mostrou agora que eles preveem um crescimento de 1,75% em 2012, ante 1,81% na semana passada.
Para 2013, a estimativa foi mantida em 4%. Isso se deu apesar de dados na semana passada apontando para uma recuperação da atividade no segundo trimestre.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,75% no mês frente a maio, encerrando o segundo trimestre com alta de 0,38% ante o primeiro.
Já as vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrar alta de 1,5% em junho ante maio, muito acima da expectativa do mercado de recuo de 0,3%.
Após esses dados, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a afirmar na sexta-feira que a recuperação da economia brasileira tinha se tornado cada vez mais nítida. A pesquisa Focus desta segunda-feira indicou também que o mercado manteve a previsão de que o dólar encerrará este ano em R$ 2.