Fonte: Correio da Bahia.
Nos últimos anos temos acompanhado a mudança do eixo comercial do Brasil. De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a média brasileira de crescimento chegou a 31,8%, as empresas do Nordeste, por exemplo, alcançaram 36,1%. Foi a região que mais cresceu no período.
O cenário econômico fica ainda melhor quando analisamos esses dois eixos dentro do Mercosul, a partir do ingresso da Venezuela, neste ano, atuando com indutor para alavancar ainda mais a economia. O Mercosul hoje é a maior área de produção de alimentos no planeta, sendo que mais de 40% do potencial de expansão agrícola do mundo está concentrado na América Latina, segundo notícias recentemente publicadas na imprensa, destacando-se Argentina e Brasil.
Ao lado do setor alimentício há o fator energia. Os 296,5 bilhões de barris de reservas provadas de petróleo e 5,5 trilhões de metros cúbicos de reservas de gás provadas que a Venezuela agrega ao Mercosul são, respectivamente, a primeira e a oitava reservas globais de petróleo e de gás. Sem nos esquecermos das reservas brasileiras do pré-sal. Além disso, o Mercosul tem uma das maiores capacidades instaladas hidrelétricas do mundo, além de o Brasil ser o primeiro produtor mundial de etanol e a importante produção Argentina de carvão.
Hoje, a Venezuela é o terceiro parceiro comercial do Brasil, em uma balança comercial que ultrapassa os R$ 6 bilhões. Com a posse da presidenta Dilma Rousseff, um novo ciclo teve início sob a perspectiva de que esse processo continue a todo vapor.
Uma análise final que não pode ser desconsiderada éa criação de um bloco populacional de consumidores principalmente localizado no norte do continente da América do Sul que, agregado ao Caribe, é superior a 100 milhões de pessoas. Esses consumidores, hoje em franca ascensão social, se beneficiarão com o desenvolvimento industrial local, gerado exatamente para atender sua demanda local, bem como de um crescente comércio intrazona, a partir dos benefícios tributários do bloco.
É a oportunidade real de que esta população, no caso do Brasil, habitantes do Norte e Nordeste, possa finalmente, após mais de 20 anos de sua criação, usufruir em sua plenitude do benefício do bloco do Mercosul. E é nesse contexto que nos dias 8 e 9 de novembro a cidade de Salvador receberá o 2º Fórum Multilateral de Negócios no Mercosul.
Assim como na sua primeira edição, esse evento promoverá oportunidades para o intercâmbio regional do Norte e Nordeste com outros países membros do Mercosul. O objetivo do encontro é promover negócios, atraindo compradores de todas as regiões dos países vizinhos para produtos e serviços locais, incentivando parcerias e o aporte de investimentos para esta promissora região, buscando complementaridade.
José Francisco F. Marcondes Neto é presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil
