Além de produzir biomantas, grupo vai comercializar a água de coco envasada – a partir de janeiro – óleo de coco e leite de coco
Fonte: Correio da Bahia, por Priscila Chammas.
A Bahia é responsável por 34% de toda a produção de coco do país, o que significa que todos os anos são colhidos 624 milhões desses frutos. No entanto, há apenas uma indústria de beneficiamento de coco instalada no estado que aproveita todas as partes do fruto, segundo o agrônomo Roberto Lessa, vice-presidente do grupo Aurantiaca.
De olho nesse potencial, o grupo se instalou no município do Conde, no Litoral Norte, onde já começou a produzir biomantas de fibras de coco, o primeiro de uma série de produtos que planeja comercializar para todo o Brasil. Os próximos serão a água de coco envasada (na caixa ou na garrafa) – a partir de janeiro – óleo de coco e leite de coco, ambos previstos para até o final de 2014.
O mercado de água de coco é uma das grandes apostas do grupo. “Nos últimos cinco anos diminuiu 0,9% o consumo de refrigerantes no mundo. Isso significa que as pessoas estão mais preocupadas em consumir bebidas saudáveis. No Brasil, consumimos 98 milhões de litros de água de coco envasada por ano. Mas o mercado tem um potencial muito maior”, acredita o vice-presidente.
Ele garante que a água de coco produzida pelo Aurantiaca será 100% natural, retirada do coco verde sem nenhuma adição de açúcar ou conservantes. “Esse será o nosso diferencial”, acrescenta Douglas Cotrim, diretor de marketing do grupo.
O investimento da Aurantiaca na Bahia foi de R$ 200 milhões. “A partir de 2022, esperamos ter um faturamento de R$ 500 milhões por ano”, planeja Lessa. Até o final do ano serão 1,6 mil hectares de área plantada nas três fazendas que o grupo possui em Conde.
A que está em situação mais avançada é a São Bento da Barra, que o CORREIO visitou nesta terça. Lá, cada hectare já recebeu 205 mudas de coqueiro anão verde do Jiqui, considerado um dos melhores para água de coco.
Mão de obra Cada área de 200 hectares tem um ‘arista’, que é o responsável pela produção desse pedaço de terra. Os aristas, como a maioria dos empregados da empresa, são recrutados entre os próprios moradores da região.
“Hoje, 97% dos funcionários são daqui”, diz ele. Ao todo, são 220 funcionários nas fazendas e outros 40 na fábrica, número que deve crescer para 600 e 370, respectivamente, nos próximos cinco anos.
Na fábrica, localizada a poucos quilômetros das fazendas, por enquanto são produzidas apenas biomantas de fibras de coco, que levam a marca Fibraztech e têm diversas utilidades. Uma delas é auxiliar na plantação, principalmente em encostas ou locais com risco de deslizamento.
“Você colocando a manta e jogando as sementes por cima, elas entram no meio das fibras e ficam protegidas do vento, da chuva e da luz excessiva. Ela também faz com que o adubo seja absorvido mais devagar. É uma garantia de 80% de que a plantação vai vingar”, explica Douglas.
As biofibras também servem para fazer revestimentos acústicos e térmicos. “Nossa indústria é a primeira do Brasil com capacidade para produzir com qualidade e volume biomantas derivadas da fibra de coco. Antes, o produto era importado dos EUA.